terça-feira, 26 de julho de 2011

Praça do Frerreira

Em 1967, na administração José Walter Cavalcante, foi iniciada a construção da nova Praça do Ferreira, que agora seria maior, pois até então seu comprimento ia da Rua Pedro Borges até a Guilherme Rocha e agora iria até a antiga Rua Pará. O problema é que essa reforma descaracterizou completamente a Praça, elevando, em toda sua extensão, enormes estruturas de alvenaria e concreto como canteiros suspensos, que impediam o livre trânsito das pessoas e deixavam a Praça com uma aparência sombria.


Praça do Ferreira em 1969, após a reforma

“Nos anos de 1960, os estudantes universitários movimentavam o cotidiano da cidade com um evento de grande envergadura que culminava com significativa concentração de pessoas na Praça do Ferreira: a passeata dos bichos. Em meio às festividades e “exibição” dos recém-ingressos na universidade, inúmeros adereços eram acrescentados a fim de multiplicar os efeitos da impressão junto ao público: blocos de estudantes organizados por curso com a presença das rainhas, carros enfeitados para dar um tom humorístico, cartazes de protestos indicando uma apropriação dos festejos como espaço de reivindicação e projeção de utopias. As sátiras e músicas carnavalescas conferiam novas tonalidades às vias públicas, atraindo milhares de pessoas que buscavam lugar entre uma calçada e outra para apreciar o espetáculo proporcionado pelos estudantes”. (Vânia L. S. Lopes)

É possível que a reforma da Praça tenha se constituído num instrumento eficaz para pôr fim a estas mobilizações que faziam parte de uma experiência encarnada na força de uma tradição. A última passeata ocorreu em junho de 1968, ou seja, no período de intensificação do autoritarismo, no ano em que entrou em vigor o AI-5.

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