quarta-feira, 27 de julho de 2011

Casa Plácido

Prédio da Casa Plácido, do comerciante Plácido de Carvalho, era loja de produtos importados situada na Praça do Ferreira
  



De acordo com o testemunho de Marciano Lopes, "as lojas mais chiques estavam na Praça do Ferreira, como a Sloper, uma rede de lojas chiquérrimas nos moldes das lojas de Paris. Vendia vestidos, chapéus, sapatos, bijuterias finíssimas... Todo o comércio era no Centro. Não se encontrava nenhuma agência bancária fora dele, nem lojas. Nos bairros tinham um pequeno armarinho para abastecer costureiras de botão de fita, de elástico... E tinham as padarias e as bodegas, mas as mercearias de luxo eram no Centro. As famílias mandavam o chofer levar a lista aquelas mercearias chiques, a Joana d’Arc, Casa Tupi, Miscelânea Casa Santa Clara, Casa Tabajara. Elas despachavam com artigos finos, vinhos franceses e alemães e mandava entregar em casa".

São também desse período as primeiras tentativas de induzir a verticalização da área comercial. A cidade então já conhecia, desde a década de 30, as novas técnicas construtivas. O concreto armado começava a sobrepor-se às paredes de alvenaria e os engenheiros dominavam o padrão arquitetônico e construtivo. Foi no centro, no entanto, que se verificou com mais intensidade a materialização desse processo. São exemplos das novas técnicas os edifícios Oriente e Atlântico na esquina da Rua Major Facundo com Castro Silva. Estas edificações da área central persistem sendo uma expressão da arquitetura moderna.
 Imagem panorâmica do centro de Fortaleza no início dos anos 40

As primeiras obras de destaque da verticalização das construções ficaram reservadas, em geral, para o uso comercial no centro da cidade. Essa tendência podia ser notada em prédios como os Correios e Telégrafos em 1934 (com 3 pavimentos), Edifício Parente em 1936 (com 5 pavimentos), Edifício Carneiro em 1938 (com 5 pavimentos), Cine Diogo em 1940 (com 9 pavimentos), Edifício Prudência em 1947 (com 7 pavimentos).

No âmbito cultural, os anos 40 são uma espécie de divisor de águas entre a Fortaleza provinciana das décadas anteriores e a grande metrópole na qual a cidade se tornaria. 

Praça do Ferreira mostrando em destaque a Coluna da Hora e, ao fundo, o Majestic Palace.

Em 1942, os visitantes Domingos Laurito e Nelson Silveira Martins, registraram em Terra do Brasil suas impressões sobre a cidade: "Fortaleza dá uma impressão magnífica. Vista no conjunto é a mais linda cidade do norte. É uma cidade nova, parecendo que acabou de ser construída. Em pleno centro ergue-se a Coluna da Hora, na Praça do Ferreira, nas imediações da qual estão os principais estabelecimentos comerciais, cafés, bares, os cinemas Moderno, Majestic e Politeama em em construção o lindíssimo São Luiz. Em todo o Norte, depois do Rio, não existem cinemas iguais aos de Fortaleza". 
 

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